CONTACTOS
Fale connosco
800 203 186
Em rede

Está aqui

Landart Cascais 2016: encontros entre o homem e a paisagem

O que leva os artistas a saírem dos museus ou galerias e invadirem a paisagem? A resposta está numa visita exploratória à Quinta do Pisão e caminhar entre natureza e obras de arte. Entre histórias de ruínas da quinta e vestígios das edições anteriores deste Festival, a ideia agora é descobrir o Landart 2016, pontuado pelas obras de três artistas contemporâneos - Mariana Coutinho, Edgar Massul e Bruno Cidra. Patente de 28 de maio a 10 de julho.
O Landart Cascais 2016 promove a interação entre o homem e a paisagem através de obras site specific, fazendo da Quinta do Pisão um património natural enriquecido por novos olhares artísticos. O desafio lançado aos artistas foi criar obras desenvolvidas a partir de materiais orgânicos provenientes da paisagem.
 
As obras de arte permanecem na Quinta do Pisão durante o período da exposição, suportando as condições climatéricas do local e tendo em atenção a proximidade com os animais que habitam o espaço, assim como a estrutura polissémica dos habitats que ali convergem. 
 
Os artistas escolhidos para a edição de 2016 representam, como já tem sido prática da Landart, diferentes gerações e diferentes modos de abordar o conceito de paisagem. Sugerindo ruínas, restos de presenças arquitectónicas e estruturas esquecidas no meio da vegetação, Bruno Cidra expõe um conjunto de esculturas em materiais tão distintos como ferro, bronze e papel. As esculturas encontram-se dispostas ao longo da estrada da porta norte da Quinta e o visitante é convidado a descobrir esse percurso de obras que se camuflam entre a vegetação e que suscitam a ideia de percepção e de leitura da paisagem circundante, habitada tanto por formas pré-históricas como por formas actuais.
 
Edgar Massul, por seu lado, partiu de uma interrogação célebre que o artista da Arte Povera italiana Mario Merz colocou ao mundo em 1968 através de uma obra específica. “Che Fare?” é hoje uma pergunta que mantém toda a sua pertinência e as peças que completam a sua intervenção na zona do Refilão, feitas com material reciclável, provocam a reflexão sobre a utilidade da arte num mundo contemporâneo em que novas fronteiras se elevam, entre contextos históricos e políticos em permanente reformulação. 
 
Mariana Dias Coutinho, por sua vez, trabalhou num dos antigos fornos de cal, realizando uma instalação com uma série de pequenas figuras em cerâmica e pedra que convocam o mito de Prometeu, o titã que roubou o fogo aos deuses para o dar aos homens.
 
Quinta do Pisão: 450 hectares totalmente inseridos no Parque Natural de Sintra-Cascais. Situa-se a Norte do Concelho, no sopé da Serra de Sintra. Tem sido um dos espaços de excelência da Landart Cascais, ao longo das suas edições, pela própria importância do local enquanto património natural e cultural. É exemplo de uma paisagem estruturada onde se desenvolvem nichos ecológicos e habitam várias espécies com estatuto de conservação. Tendo uma utilização sustentável, o território é por si só um bastião do encontro entre a natureza e a mão humana, contendo ruínas de grande valor cultural e arquitectónico, ao mesmo tempo que desfruta de uma dedicada atividade agro-silvo-pastoril. 
A exposição é comissariada pela Professora Doutora Luísa Soares de Oliveira e promovida pela Câmara Municipal de Cascais e pela Fundação D. Luís I que desde 2009 tem organizado a Landart Cascais com o intuito de suscitar a reflexão sobre a pertinência da inclusão de obras de arte no contexto de um parque natural. Um número seleccionado e reduzido de artistas contemporâneos tem vindo a apresentar obras site specific, realizadas propositadamente para este evento. A partir da edição de 2016, essas obras encontrarão o seu lugar permanente na Quinta do Pisão até que, pela acção do meio e dos elementos, esgotem naturalmente o seu ciclo de vida próprio.
 
 
BIOGRAFIA DOS ARTISTAS
 
Edgar Massul |Sintra, 1963| vive e trabalha em Lisboa. Estudou na Escola António Arroio / atelier livre, na S.N.B.A. e no Ar.Co. Realiza exposições individuais desde 1986. A sua produção engloba uma grande variedade de meios: pintura, desenho, escultura, objectos, fotografia, vídeo, instalações e projectos site specific. Entre a impermanência da matéria orgânica e a permanência da memória das coisas, o seu trabalho dialoga com a arte mais contemporânea e com a natureza ancestral. Recentemente o seu trabalho tem sido exibido em diversos espaços, de onde se destacam: Anozero Bienal de Coimbra, galeria Giefarte, galeria Trem, Whitechapel gallery. 
web: edgarmassularchive.org
 
Mariana Dias Coutinho |1978| vive e trabalha em Lisboa. Frequentou Desenho e Pintura no Ar.Co (2010/2011) e é licenciada em Conservação e Restauro de Mobiliário pela Universidade Nova de Lisboa. 
Expõe regularmente em Portugal e no estrangeiro e tornou-se um dos rostos da cidade, com intervenções urbanas como “Desassossego” (Rua do Alecrim, Lisboa), “Passeio Literário da Graça” (Arco e Travessa do Monte, Lisboa) ou no Lx Factory, entre muitas outras. Desenvolveu trabalhos como  “I´m neither here nor there”, Casino Lisboa (2016), “Sonho muito, durmo pouco”, Fundação PT, Lisboa (2015), “Vaga Luz”, Casa-Museu Medeiros e Almeida, Lisboa (2015), “o passeio, a escuta e o respirar da acção”, Espaço Mira, Porto, PORTUGAL(2015) e “Line Stories”, Rolling Stock, London, UK (2014).
 
Bruno Cidra | Lisboa, 1982 | vive e trabalha em Lisboa. Licenciado em Artes plásticas – Escultura pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, expõe com regularidade desde 2006. A sua obra assenta na relação de afinidade entre desenho e escultura enquanto forma de reconfiguração do espaço arquitetónico, investindo no espectador o papel operante de novas leituras do espaço. Este diálogo disciplinar, de linguagens e materiais, faz operar campos de força e equilíbrio, explorando valores antagónicos como resistência e fragilidade, peso e leveza, perenidade e efemeridade.
O seu trabalho encontra-se representado em diversas colecções públicas e privadas, destacando-se a Colecção António Cachola, Elvas; Colecção da Fundação EDP, Lisboa; Colecção Teixeira de Freitas, Lisboa; Colecção de Arte Contemporânea do Ar.Co, Lisboa; Colecção da Câmara Municipal de Sintra, entre outras.
 

Cascais Digital

my_146x65loja_146x65_0geo_146x65_0fix_146x65360_146x65_0my_146x65loja_146x65_0geo_146x65_0fix_146x65360_146x65_0