CONTACTOS
Fale connosco
800 203 186
Em rede

Está aqui

Museu da Música Portuguesa - Obra musical de Fernando Lopes-Graça

A documentação musical do espólio do compositor conserva-se no Museu da Música Portuguesa desde janeiro de 1995. Pertence a um fundo mais amplo de que também fazem parte a correspondência a ele dirigida durante mais de sete décadas e as suas coleções de fotografias, recortes de jornais e programas de concertos.

As características dos circuitos da música contemporânea em Portugal, em particular durante o período do Estado Novo, influíram de maneira importante na conformação das características do espólio musical de Lopes-Graça. Para começar, a fraqueza da edição de música impressa em Portugal durante a maior parte da carreira de Lopes-Graça como compositor fez com que ele próprio se tornasse editor da sua música. Assim, para começar, a parte mais importante das suas partituras autógrafas é constituída pelas suas cópias em papel vegetal. Nos hábitos do compositor, a cópia de uma obra em papel vegetal significava a sua sanção como versão definitiva, devendo-se a escolha do tipo de papel ao facto de ser um material facilmente reproduzível através do sistema de heliogravura. As cópias facsimiladas por heliogravura funcionaram durante anos como edições da sua obra no mercado português, e o compositor depositava-as em três firmas principais: a Casa Valentim de Carvalho, a Casa Santos Beirão e, sobretudo, na Academia de Amadores de Música.

Este precário sistema de distribuição, que no caso da Academia tinha características verdadeiramente amadoras, pode ter muito a ver com a imagem mais divulgada do Lopes-Graça compositor, associada quase exclusivamente ao seu trabalho militante com o Coro da Academia de Amadores de Música. Além do mais, na maior parte dos casos, Lopes-Graça deixava passar bastante tempo entre o momento da composição e a declaração nas sociedades de autores de que fazia parte, tendo entretanto só disponíveis autógrafos ou cópias manuscritas por vários copistas de difusão ainda mais limitada do que as heliogravuras.

Além das cópias autógrafas, o espólio inclui os seus autógrafos em papel opaco. Neste grupo se encontram algumas versões definitivas, mas, maioritariamente, é constituído por primeiras versões não revistas ou inutilizadas, por esboços de obras acabadas e por obras inconcluídas. Esta informação suplementar é uma fonte preciosa para a reconstrução dos processos criativos do compositor nalgumas obras fundamentais. Dentro deste grupo se contam ainda as cópias autógrafas ou manuscritas dos materiais de orquestra de várias obras. Em terceiro lugar, faz parte do arquivo um exemplar de cada uma das obras editadas em música impressa em vida do compositor e algumas edições facsimiladas.

A obra de Fernando Lopes-Graça encontra-se catalogada na íntegra, tendo o trabalho de registo cronológico dos diferentes exemplares sido desenvolvido com a ajuda do compositor entre 1992 e 1993, e inclui as informações relativas às primeiras audições. O autor, muito prolífico, cultivou uma grande variedade de formas e escreveu com objetivos variados. Podemos encontrar obras teatrais, corais, orquestrais, concertantes, para canto e orquestra, de câmara, para piano, para cravo, para violão, para canto e piano, para canto e violão, declamação e piano, para canto e conjunto instrumental de câmara, para vozes femininas e conjunto instrumental de câmara, trios e quartetos, obras vocais sem acompanhamento, obras vocais para as crianças e canções para a juventude.

As obras estão classificadas pelo título original dado pelo autor, tendo-se para efeitos do catálogo/base de dados, mantido a língua usada no original. Os títulos secundários correspondem aos títulos das canções no caso dos ciclos vocais e aos andamentos das peças instrumentais em que foram indicados.
 

Cascais Digital

my_146x65loja_146x65_0geo_146x65_0fix_146x65360_146x65_0my_146x65loja_146x65_0geo_146x65_0fix_146x65360_146x65_0