Herberto Helder faleceu nesta segunda-feira, em Cascais, onde residia. Evocando o desaparecimento daquele que por muitos foi considerado “o maior poeta português dos nossos dias”, Carlos Carreiras, apresenta, em comunicado, condolências à família enlutada.
Foto: DR
Por muitos considerado o maior poeta português dos nossos dias, há muito munícipe de Cascais, Herberto Helder, natural do Funchal, deixou-nos na segunda-feira passada, dia 23 de Março de 2015, aos 84 anos. Avesso a receber prémios, a conceder entrevistas e a participar em atividades culturais ou literárias, sobretudo de carácter encomiástico, a vida de Herberto Helder foi sempre um caso exemplar de construção de uma obra em permanente celebração do ato enunciativo como gesto criador. Aquele que um dia definiu lapidarmente o poema como «um objeto carregado de poderes magníficos, terríveis» fez jus às suas palavras legando-nos uma obra poética em que excesso e violência se combinam na vertigem de luminosidade e beleza que está patente em Poesia Toda, um livro monumental por explorar completamente que, estou certo, muita tinta fará ainda correr das penas dos estudiosos.
Apresento à família as minhas sinceras condolências.
Carlos Carreiras
Presidente da Câmara Municipal de Cascais
Sobre Herberto Helder
Herberto Helder Luís Bernardes de Oliveira nasceu a 23 de novembro de 1930 na freguesia do Monte, no Funchal. Residia há várias décadas em Cascais.
"A morte sem mestre" foi o último livro de originais do poeta, publicado em junho de 2014, pela Porto Editora.
No final de 2014, a editora publicava os "Poemas Completos", de Herberto Helder, num só volume, que seguia a fixação do texto da versão anterior de toda a poesia de Herberto, "Ofício Cantante", incluíndo os dois últimos inéditos - "Servidões" (2013) e "A morte sem mestre" (2014) —, esgotados poucos dias após a publicação.
A primeira integral da obra poética de Herberto Helder surgiu em 1973, reunindo a produção dos 20 anos anteriores, seguindo-se, desde então, edições revistas pelo autor: "Poesia Toda" (1981), "Ou o Poema Contínuo" (2004) e "Ofício Cantante" (2009), que sucedeu à síntese de "A Faca Não Corta o Fogo - Súmula & Inédita" (2008).