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O fascínio da arte russa: Encontro da terra com o céu | Museu Condes de Castro Guimarães

A arte russa ocupa agora um lugar de destaque no Museu-Biblioteca Condes de Castro Guimarães, em Cascais. Parte do vasto espólio legado pelo cascalense Pedro Vieira da Fonseca, 17 ícones russos datados do século XIX, constituem a exposição “O fascínio da arte russa: Encontro da terra com o céu”.


Testemunho do fascínio que Pedro Vieira da Fonseca, diplomata e munícipe de Cascais, nutria pela cultura e civilização da Rússia, os 17 ícones russos do século XIX estão expostos em três conjuntos temáticos: Cristo Pantocrator, Theotokos - Imagens da Mãe de Deus e os Santos Intercessores, apresentados nas respetivas caixas onde são expostos nos ambientes tradicionais das casas russas.

 

“Este espólio vem enriquecer em muito o património cultural de Cascais, valores culturais que reforçam a nossa identidade que nos ajuda não só a ultrapassar os obstáculos do presente, como a ganharmos projeção em relação ao futuro”. Assim se referiu, no momento da inauguração, Carlos Carreiras, presidente da Câmara Municipal de Cascais, ao conjunto de objetos colecionados ao longo da vida por Pedro Vieira da Fonseca doados aos Museu Condes de Castro Guimarães.

 

Marcado por um apontamento de “música russa”, o evento decorreu na Sala da Música do Museu que foi pequena para acolher os muitos familiares e amigos de Pedro Vieira da Fonseca, que quiseram particimar nesta verdadeira homenagem ao homem culto e benemérito que fez parte de uma das linhagens mais antigas de Cascais.

 

Para Margarida de Lima Mayer, sobrinha e testamenteira de Pedro Vieira da Fonseca, “esta [exposição] é uma justa e merecida homenagem ao homem culto e amante da Vila de Cascais e, em particular, deste museu”. Aliás, para a sobrinha do diplomata “faz todo o sentido ser aqui que a coleção de objetos que Pedro Vieira da Fonseca colecionou durante toda a sua vida com tanto amor e dedicação possa ser partilhada com o público”. 

 

A parte do legado agora exposto ao público inclui alguns dos 2127 exemplares da biblioteca pessoal  de Pedro Vieira da Fonseca publicados em seis línguas versando, entre outras matérias, sobre história, história de arte, heráldica, genealogia, protocolo, biografias e literatura de viagens, uma escultura portuguesa de São Pedro restaurada (séc. XV-XVI), duas cómodas de influência francesa e um tamborete do séc. XIX, duas peças de cerâmica do início do séc. XX reproduzindo a faiança portuguesa do séc. XVII, um relógio de caixa alta assinado por H. Thomas London do séc. XIX e uma espada de cerimónia pertencente ao avô paterno do diplomata Contra-Comandante José Augusto Vieira da Fonseca. 

 

Para além dos objetos expostos na sala identificada como “Câmara do Tesouro” onde se incluem os ícones russos do séc. XIX , divididos em três conjuntos temáticos: Cristo Pantocrator; Theotokos – Mãe de Deus e os Santos Intercessores e os diários das duas viagens realizadas à Rússia em 2000 e 2001, assim como, um pequeno número de objetos de memorabilia trazidos dos locais que Pedro Vieira da Fonseca visitou, ao longo das diversas salas do museu estão expostos ao público vários objetos com grande interesse artístico e histórico que fizeram parte do recheio da casa do diplomata.

 

Em “O Fascínio da Arte Russa: Encontro da terra com o céu” pretendeu-se recriar o ambiente de uma “câmara do tesouro”, na sequência da alusão à viagem e ao exótico, pelo que o público pode apreciar ainda os diários das duas viagens realizadas à Rússia em 2000 e 2001 e um pequeno número de objetos de memorabilia trazido dos locais que o diplomata visitou. Nestes diários sucedem-se interessantes descrições e imagens das cidades, catedrais, palácios, jardins, mosteiros, rios e florestas por onde passou, assim como da história, da maneira de ser e do quotidiano de um povo que o fascinava, dando-se, assim, a conhecer uma arte apreciada, mas ainda bastante desconhecida do público em geral.

 

Sobre Pedro Vieira da Fonseca (Cascais, 1929 – 2011) | Homem culto e bibliófilo, Pedro Vieira da Fonseca era diplomado em Sociologia Geral e Relações Internacionais pela Faculdade de Ciências Económico-Sociais da Universidade de Genebra. Exerceu funções de Adjunto do Protocolo de Estado no Ministério dos Negócios Estrangeiros durante largos anos. 

 

Sobre os ícones russos

Cristo Pantocrator | A imagem icónica do Pantocrator, adjetivo de origem grega (Παντοκράτωρ) que significa "todo-poderoso" ou "omnipotente", foi uma das primeiras imagens de Cristo desenvolvidas na Igreja Primitiva e continua a ser um ícone central na Igreja Ortodoxa Oriental. O Cristo pantocrator é um Cristo em glória, a representação artística de Jesus Cristo no seu corpo glorioso por oposição às representações mais humanas do Cristo sofrendo a Paixão na cruz ou do Menino Jesus.

 

Theotokos – Imagens da Mãe de Deus | No culto cristão ortodoxo, a Virgem Maria é designada Theotokos, termo grego (Θεοτοκος) que significa “Mãe de Deus”, ou “A que dá à luz Deus”, é a mãe de Jesus Cristo, o Filho e a Palavra de Deus. Teologicamente, os ícones da Theotokos representam o primeiro ser humano que alcançou o objetivo da Encarnação - a divinização do homem. 

 

Santos Intercessores | Na Igreja Ortodoxa russa, tal como na Igreja Católica ocidental, acredita-se na intercessão dos santos. Cada pessoa, ao ser batizada, é nomeada em honra de um santo específico, considerando-se que este santo é um patrono para toda a vida. Há santos padroeiros de ocupações e atividades, de doenças, perigos e lugares. A santidade é um dom (carisma) dado por Deus ao homem, através do Espírito Santo. Os ortodoxos veneram os santos para expressar o seu amor e gratidão a Deus. 

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